BREVE HISTÓRICO DO CURRÍCULO
Para
a construção desse artigo que tem como enfoque analisar do currículo prescrito
ao currículo oculto, consideramos de extrema importância fazermos um breve histórico
sobre a história do Currículo. Segundo Silva (2002) o currículo, como um campo de
estudo delimitado, emergiu especialmente
nos Estados Unidos, nas primeiras décadas do século XX. Os primeiros estudos do campo, neste país, foram
realizados em função de proporcionar um melhor planejamento curricular, baseado
na eficiência e na racionalização do trabalho escolar. Com influências marcantes da experiência
norte-americana, no Brasil, o campo do currículo ganhou visibilidade nas
décadas de 1960 e 1970, quando especialistas
brasileiros elegeram a preocupação com
a construção "científica", na
escola, de um
ambiente que pudesse
proporcionar aos educandos possibilidades de
instrumentalização para a obtenção de metas pré-definidas.
A incorporação desse movimento associado ao pensamento
de teóricos americanos, na
época, levantou o tecnicismo, nomenclatura utilizada por toda
a área educacional para se referir, tanto a práticas pedagógicas quanto à concepção
de educação. Somente por volta de 1970,
é que surgiram, na Inglaterra, e posteriormente, nos
Estados Unidos, os
estudos críticos do
campo curricular. Estes estudos
romperam com a
visão tecnicista imperante
e introduziram conceitos
que buscavam compreender e explicar as diversas relações que ocorrem no
currículo, assim como os processos de
seleção e organização
dos conhecimentos escolares.
Esta visão crítica
dá início, então, a uma discussão sobre a relação entre a estratificação
dos saberes escolares e a estratificação
social.
No Brasil, somente no final da década de 1980 é
que as discussões
em torno do currículo focaram sua atenção para a seleção do conhecimento
escolar e seus efeitos nos resultados de aprendizagem das crianças brasileiras,
influenciadas pelos estudos da teoria crítica de currículo, acontecidas dos
Estados Unidos e Inglaterra, principalmente.
De certa forma,
então, um currículo guarda estreita correspondência com a cultura na qual ele
se organizou, de modo que ao analisarmos um determinado currículo, poderemos
inferir não só os conteúdos que, explícita ou
implicitamente, são vistos como importantes
naquela cultura, como, também, de que maneira aquela cultura
prioriza alguns conteúdos
em detrimento de
outros, isto é,
podemos inferir quais foram
os critérios de
escolha que guiaram
os professores, administradores, curriculistas etc.
que montaram aquele
currículo. Esse é o motivo
pelo qual o currículo
se situa no cruzamento entre a escola e a cultura. (VEIGA-NETO, 2002,
p.44)
Assim,
como apresenta Souza (2008), se todo currículo ou programa de estudos opera uma
seleção no interior da cultura, daí decorre a importância das escolas como
instâncias de preservação da herança cultural de uma época.
Dessa
forma, ao discutirmos a diversidade cultural, não podemos nos esquecer de
pontuar que ela se dá lado a lado com a construção dos processos de identidades. Assim como a
diversidade, a identidade, enquanto processo, não é inata. Ela se constrói em
determinado contexto histórico, social, político e cultural. Jacques d’Adesky
(2001) destaca que a identidade, para se constituir como realidade, pressupõe
uma interação. A idéia que um indivíduo faz de si mesmo, é intermediada pelo
reconhecimento obtido dos outros em decorrência de sua ação.
Tomaz
Tadeu da Silva elaborou um mapa dos estudos
sobre currículo, desde sua gênese
nos anos vinte, onde aparecem três categorias de teorias do currículo, com base
nos conceitos que são enfatizados. As teorias tradicionais enfatizam “ensino,
aprendizagem, avaliação metodologia, didática, organização, planejamento,
eficiência, objetivos”. As teorias
críticas enfatizam “ideologia, reprodução cultural e social, poder, classe
social, capitalismo, relações sociais de produção, conscientização, emancipação
e libertação, currículo oculto e resistência”. Finalmente, as teorias
pós-críticas enfatizam “identidade, alteridade, diferença, subjetividade,
significação e discurso, saber-poder, representação, cultura, gênero, raça,
etnia, sexualidade, multiculturalismo” (1995, p. 17).
Assista o vídeo abaixo e faça uma reflexão:
Assista o vídeo abaixo e faça uma reflexão:
GOSTEI MUITO. SÓ FALTOU AS REFERÊNCIAS. :(
ResponderExcluirquais as referencias?
ResponderExcluirque merda irmão isso nao valeu dji nada , que saco
ResponderExcluirAjudou bastante obrigada.
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